A Guerra vem ao Brasil.
A Guerra vem ao Brasil: Memórias de Ex-combantes – Ilhéus (1939 -1945).Claudney Silva dos Santos - cap.02. - UESC. 2008.
Os grandes conflitos 1914-1918 e 1939-1945 marcaram o inicio do século XX.
Este século para Hobsbawm como foi à era dos extremos, onde: “A democracia só
se salvou porque, para enfrentá-lo, houve uma aliança temporária e bizarra
entre capitalismo e comunismo” (HOBSBAWM, 1995.). Neste contexto o universo
político-ideológico, no Brasil, à época da Guerra de 1939, estava sob influências
das doutrinas autoritárias:
“Enquanto a economia balançava
as instituições da democracia liberal praticamente desapareceu entre 1917 e
1942; restaram apenas uma borda da Europa e partes da América do Norte e da
Austrália, enquanto isso avançava o fascismo e seu corolário de movimentos e
regimes autoritários” (HOBSBAWM, 1995).
A Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) foi então
o ápice de um processo histórico complexo, onde as disputas imperialistas mal
resolvidas na “Primeira Guerra”; a crise do capitalismo e a consolidação do
socialismo na Rússia fizeram tremer todas as potências do planeta, tornando
este fenômeno numa guerra de proporções globais. Os efeitos deste conflito
bélico fizeram-se presentes nos acordos políticos internacionais, afetando
diversos paises, entre estes o Brasil, único pais da América do Sul a enviar um
contingente ao front e cuja participação
no acontecimento envolveu projetos político-econômico-militares que mobilizaram
todo o território costeiro, ainda no período beligerante.
Oficialmente o Estado Novo fundamentou-se nas agressões aos navios
brasileiros, (mercantes e de guerra), em águas nacionais para declarar guerra
aos países do Eixo, devido à pressão feita pela mobilização popular. Esta media
ampliou a política centralizadora do Estado Novo, fortalecendo o sistema
administrativo de intervenções, não apenas no âmbito estadual como nos governos
municipais. Desta maneira, todas as cidades brasileiras estiveram sob a rígida supervisão
do exercito e nesta conjuntura a cidade de Ilhéus entrou no mapa das regiões
estratégicas de defesa do litoral o que lhe permitiu ser sede do 3º Batalhão de
Vigilância do Estado da Bahia.
No Estado da Bahia, até 1941, os acontecimentos limitavam-se aos letrados,
pois o predomínio absoluto da sociedade rural sobre a urbana era de 88% e o
elevado número de analfabetos (92%) limitava o interesse sobre o assunto. Assim
eram os “estrategistas de esquina” [1] quem
difundiam o assunto estampado nos jornais (SAMPAIO, 1993: 86).
Não foi somente o afundamento dos navios brasileiros o fator responsável
pelo fim da política de “eqüidistância pragmática” [2] adotada
por Vargas (MOURA, 1993: 28). É de grande importância compreender que os
Estados Unidos exerciam fortes imposições, sobre as nações latinas, fator que adquire
relevância para compreender sua influência sobre as decisões do governo Vargas:
pressionado internamente e externamente.
O Estado Novo, segundo Maria Aparecida de Aquino, estava pressionado a
participar da guerra, uma vez que os Estados Unidos tinham planos de utilizar o
norte e nordeste do nosso território. Esta obstinação do governo
norte-americano seria, segundo a autora, efetuada de qualquer maneira.
O Exercito Brasileiro, em sua lógica
própria, estava ao lado das ideologias militar alemã (Eurico Gaspar Dutra –
ministro da Guerra – e o General Góis Monteiro), em contraponto estava o
ministro das relações exteriores Oswaldo Aranha era a favor dos Aliados (em
especial aos Estados Unidos). Este quadro é interessante, pois é parte
fundamental compreendermos como o Estado Novo, foi atingido por esta avalanche
de interesses internacionais. Neste tocante o próprio governo estava
ideologicamente fragmentado.
Mesmo com uma política inspirada nas
ideologias fascistas, foi o interesse pela posição estratégica do Brasil, tanto
economicamente (em relação à geopolítica na América do Sul), quanto
militarmente (no que tange a localização no Atlântico Sul), que levou o Brasil
a ser alvo de uma pretensa participação efetiva no conflito. Esta situação é importante
para a compreensão dos motivos que levou o governo a mobilizar pessoas de
diferentes lugares, credos, ideologias na organização da FEB.
“Ao que tudo indica, as
preocupações norte-americanas em relação ao Brasil (e, de maneira geral, no que
diz respeito à América Latina) se encerram em janeiro de 1942, quando ocorreu,
no Rio de Janeiro, uma Conferência que reunia chanceleres de 21 repúblicas
Americanas. Era uma reação ao ataque efetuado em dezembro de 1941, pelo Japão
aos Estados Unidos e que motivara a sua entrada na guerra […] Recomendou a
mobilização econômica em escala possível, de maneira a garantir um fornecimento
adequado de matérias-primas básicas de estratégicas para as necessidades civis
e militares […] Foram os seguintes países participantes da Conferência do Rio
de Janeiro: Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Honduras, El Salvador,
Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Panamá, Venezuela, Equador,
Guatemala, México, Estados Unidos, Peru, Haiti, Nicarágua e Brasil.” (AQUINO.
In: COGGIOLA, 1995: 181-2)
Toda a América Latina estava envolvida
com os esforços de guerra, após Pearl Habor. O abastecimento de matéria-prima
começou a afluir para as indústrias bélicas norte americano: cobre do México,
Peru e Chile; cristais de rocha, mica e manganês do Brasil; borracha do Brasil
e América Central; petróleo da Venezuela, México e Venezuela; caóba do Brasil e
América Central; antimônio e tungstênio do México e Bolívia.
A Bahia, com os afundamentos dos
navios em sua costa foi um dos estados da federação que participava mais
ativamente levantando o estandarte da participação do Brasil na guerra.
Consuelo Novais Sampaio, em seu artigo: A Bahia na Segunda Guerra Mundial faz uma importante observação da
participação estudantil, em Salvador, a favor da entrada no Brasil na guerra ao
lado dos Aliados. Estes estudantes, segundo a autora, tinham orientações
comunistas – sob a clandestinidade imposta pela ditadura Vargas – este
movimento contra o fascismo e nazismo redeu frutos como: a Comissão Central
Estudantil pela Defesa Nacional e Pró-Aliados, da Faculdade de Direito de
Salvador, em 2 de maio de 1942. As manifestações espalharam-se da capital
baiana para interior da Bahia, onde comissões de estudantes levantavam a lema
de defesa a democracia e de repúdio aos regimes totalitários e à
“Quinta-Colunistas” [3]
“As manifestações não se
restringiram à Capital. Em Grupos – as famosas ‘embaixadas’ – os estudantes já
haviam percorrido várias cidades do interior, promovendo palestras e
conclamando o povo a unir-se contra o inimigo comum. Em Vitória da conquista,
por exemplo, fizeram ‘um imponente’ comício, marcado por ‘intensa vibração
popular’. À noite, no cine local, organizaram a hora da arte, na qual se fez o
elogio à democracia e condenou o nazi-fascismo. Mobilização semelhante teve
lugar nas cidades de Itabuna e Ilhéus, liderada pela ‘Embaixada Landulfo Alves’
[...]” (SAMPAIO, 1995: 90.)
No
Estado da Bahia, maior litoral do Brasil, o sentimento de indignação aumentou
após o torpedeamento de cincos navios. O Itagibá e o Arara, ao sul do Morro de
São Paulo, o Baependi, Araraguaquará e o Aníbal Benévolo, na foz do rio Real.
(Figura 01 - Diária da Tarde, nº 4396,
18/08/1942)
O Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP – divulgou 550 mortos. Nem
mesmo o governo, através de seus dispositivos de censura não pode esconder os
fatos: navios sendo torpedeados, pessoas morrendo e os destroços desta carnificina
chegando às praias. Como aponta Luis Henrique Dias Tavares, o governo até 1942
parecia estar em apoio ao Eixo:
“sob a rigorosa censura
do Departamento de Impressa e Propaganda (DIP), jornais, revistas e jornais
cinematográficos informavam a guerra na Europa manipulando as notícias para
sugerir sucesso da Alemanha e da Itália e derrotas dos países de formação
democrática. Essa prática se acentuou após a invasão da União Soviética pelo
exercito da Alemanha nazista”. (TAVARES, 2001).
Este quadro de manipulação das noticias não resistiria às pressões
populares e as pressões externas imposta pelos Estados Unidos da América. A 18
de agosto de 1942 o governo ditatorial não conseguiu esconder os torpedeamentos
aos cinco navios supracitados. O DIP os noticiou quando dezenas de cadáveres,
feridos e destroços chegaram às praias. Tornava-se visível às contradições do
Governo Federal.
Tornar-se de suma importância
perceber que antes da guerra a Alemanha tentou superar os Estados Unidos e a
Inglaterra no comércio com o Brasil (1934 – 1936). Segundo Luis Henrique Dias
Tavares “grandes compra de café foram pagas pela Alemanha com o fornecimento de
material bélico” (TAVARES, 2001). O flerte com as ideologias autoritárias foi
marcante durante todo o Estado Novo, porém com o inicio da guerra o Brasil
entrou no “jogo estratégico” das grandes potencias. Tanto para aliados quanto
para os países do Eixo o Brasil era uma fonte de suprimentos logísticos
indispensável nas estratégias beligerantes e em especial para os EUA, o Brasil representava
um ponto estratégico no Atlântico Sul.
O litoral nordestino apresentava-se como a “esquina do mundo” [4]
importante encruzilhada de rotas mundiais.
Desta forma, foi concebida a importância
de militarizar o Nordeste Brasileiro e impor Interventores mais rígidos e “fieis
as causas militares” [5]
(CARVALHO, 2005), neste processo o Exército estava saindo de uma fase
conturbada em sua instituição e entrando em cena como ator político decisivo
nas decisões da pátria. Desta maneira a militarização do Nordeste ganhou o aval
do povo, devido à comoção pelos acontecidos. Um fato marcante tanto na capital
quanto no interior.
“Os ânimos haviam-se exacerbado. Quando a noticia dos
afundamentos chegou a Cachoeira de São Felix, houve violenta manifestação antinazista
com a invasão e depredação do Clube Alemão local. Em Ilhéus, a indignação foi
maior, pois o Aníbal Benévolo fazia a linha Ilhéus-Salvador-Aracaju. Foram
presos 35 ‘súditos do Eixo’ e integralistas. O comercio fechou suas portas.
‘ouviram-se brados de guerra aos totalitários, a quinta colunas e a integralista’.
Vários oradores como Demóstenes Berbert de Castro, Heitor Dias e Mario Alves,
dirigiram-se ao povo exaltado, conclamando-o à luta…” (SAMPAIO, 1995, p 93).
Figura 02 - Imagem do Cargueiro
Aníbal Benévolo[6]
Em
Ilhéus a notícia do afundamento do cargueiro a vapor, Aníbal Benévolo, no dia
16 de agosto de 1942, simbolizou um prejuízo de CR$ 1.707.962,20, em
mercadorias, e um saldo de 36 vitimas (10
tripulantes e 26 passageiros). Este afundamento influenciou o imaginário da
população a respeito da vulnerabilidade da principal cidade da região
cacaueira, área de convergência entre as demais cidades monocultoras, na época,
por causa do escoamento da produção, que embarcava no Porto da Baia do Pontal,
em direção ao Porto de Salvador, de onde era exportada para outros países, situação
que foi alterada a partir da “primeira exportação direta para o exterior,
efetuada por navios estrangeiros, que aconteceu em 1926, pelo cargueiro Falco
da Suécia, de 3.000 toneladas”, (SILVA CAMPOS, 1981: 396).
A atividade portuária movimentava centenas
de trabalhadores e suas famílias (arrumadores, estivadores, portuários,
comerciantes, carroceiros...). Estas pessoas tiveram seu cotidiano alterado
devido à suspensão de desembarques no Porto de Ilhéus. Enquanto isso o
escoamento da produção agrícola era incerta, o que causava tensão entre as
elites regionais.
“A crise resultante da
suspensão de vapores [...] Segundo consta os estoques de farinha de trigo,
existente na praça estão se esgotando rapidamente é de duvidar que dentro de
poucos dias, caso não haja transporte, a cidade fique sem pão. [...] Assucar
racionado! Um dos gêneros de primeira necessidade a sofrer mais rigoroso é o
assucar. Há dias vários armazéns e tavernas da cidade puzeram em prática o
sistema de vender 250g a cada pessoa [...] Outro produto que esta escasseando é
o xarque, pois os suprimentos vão diminuindo assustadoramente em todo o
comercio. [...] Querozene... só 500 réis. Litros, garrafas ou meia garrafa de
querozene foi um dia... Agora quem
quizer adquirir seu gás para iluminação já sabe: é 500 reis, no duro.” (Diário
da Tarde, nº 4321, 24/08/1942)
(Figura 03 - Diário da Tarde, 18/07/1942,
p.3)
De
acordo com os acontecimentos, o governo federal, já pressionado por forças internas (manifestações
populares) e externas (exigências dos EUA), foi publicado no dia 08 de outubro
de 1942, o Decreto n° 4795, ratificada pelo Boletim da 6ª Região Militar, nº
231 de 14 de outubro de 1942 a criação da tática e emprego do I, II e III
Batalhão de Vigilância do Litoral. Subordinados ao 18° Regimento de Infantaria,
com sede em Salvador.
Segundo Ivo Lourenço, foi devido ao
Estado de Guerra[7] e a
necessidade de proteger o litoral sul da Bahia, seguindo as orientações do
Estado Maior do Exercito, os batalhões deveriam ser formados, receber seus
matérias e equipamentos básicos e se deslocar para suas áreas. O III Batalhão
de Vigilância teve sua sede na cidade de Ilhéus e seu contingente foi convocado
entre os residentes na região.
As fragilidades do Exército, enquanto
uma instituição coesa tinha acabado, emergido como ator político no golpe de
1930. Segundo José Murilo de Carvalho: “ao chegar ao governo em 1930, no vácuo deixado
aberto pela crise oligárquica, Vargas incentivou a transformação das Forças
Armadas em ator político” (CARVALHO, 2005: 102). O Exército estava recém saído
de uma fissura: Os Movimentos Tenentistas! Assim a cooptação de ideais
tenentistas foi decisiva para o nascimento de uma força armada com idéias de
protetores da pátria.
Sob a inspiração de salvadores da pátria que o Exército entrou em cena, ao
lado do líder civil, Getúlio Dorneles Vargas em 1930. E, em 1932, na Revolta
Constitucionalista, em São Paulo o Exército pode mostrar força e coesão para
sufocar as ações divergentes dentro da instituição. Era Vargas e os militares
contra o corolário de antigos coronéis.
As Forças Armadas organizaram-se como instituição como uma força
centrifuga, cuja centralização e hierarquização eram a palavra de ordem do
momento. Em ilhéus a movimentação política também era intensa; a centralização
do poder e demonstração de força do Exército também marcaram a política
municipal de ilhéus.
“O Prefeito de Ilhéus: Durval Olivieri. (genro do Cel.
Pessoa), foi deposto pelo Tenente José Anselmo que assumiu como Interventor,
‘foi manobrado por políticos locais’ (...). Comandando o Tiro de Guerra 500,
tomou conta da cidade, prendendo até Mario Pessoa e Durval Olivieri, agindo
nesta prisão com Josué e José de Abreu, primos de Mario. Mário Pessoa era
partidário de Júlio Prestes! (…). A perseguição aos coronéis da região, chefes
políticos como: Henrique Alves, Basílio, Badaró, foi intensa a partir dos anos
de 1930”. (SÁ BARRETO, 1988: 43.).
Nos anos subjacentes, em especial de 1937-1945, o Exercito alcançou sua
maior afinidade como ator político, saindo dos bastidores, deixando a alcunha
de “guarda pretoriana”, que servia apenas para proteger o poder de líderes,
muitas vezes alheios aos interesses militares, segundo José Murilo de Carvalho.
O Estado Novo possibilitou expurgação da política nos quartéis, além do emprego
das praças como restauradores da ordem que iria levar o Brasil ao progresso.
Em 1937, Oliveira Viana, ministro da
justiça do governo Vargas durante o Estado Novo, justifica a necessidade de um
Estado forte para compensar a fragilidade da burguesia brasileira. Neste
contexto o Estado trazia o povo para a política (CAPELATO, 2003), e neste
contexto, pela primeira vez na história do Brasil a população estava envolvida
por assuntos dantes exclusivos dos bem nascidos. Esta participação era no sentido
de expectadores, segundo Maria Helena Capelato (in: FERREIRA, e DELGADO, 2003).
Capelato aponta que o Estado Novo foi fruto de um golpe apoiado por
militares e pelas forças conservadoras da sociedade. Não foi originado de uma
mobilização popular e pelo contrário, foi um processo de cooptação de lideres
sindical, a supressão dos direitos individuais e da centralização total do
poder nas mãos do presidente, como o grande pai da nação, inaugurando a
política de massas, onde o povo entrava em cena sob rígido controle do Estado,
o que justifica a denominação deste período ditatorial como Novo.
Com inspirações nazi-fascistas, a
Voz do Brasil, programa de rádio transmitido, às dezenove horas, levava o
presidente para dentro das casas, para as ruas… E o Exercito também cooptado
pelo sistema, era símbolo de patriotismo: era o pleno serviço de amor a pátria.
“O Governo procurava
ampliar a base de apoio através da propaganda política, arma muito importante
num regime que se volta para as massas. É preciso lembrar que o regime nazista
transformou-a num dos pilares do poder. O ministro Joseph Goebbels criou uma
máquina de propaganda que serviu de modelo para vários governos em busca das
massas como base de sustentação de suas políticas” (CAPELATO, 2003: 123).
Conseguinte para iniciar uma analise
sobre a integração da população, contexto da Segunda Guerra é interessante visitar
os textos do historiador militar John Keegan, 1995, onde apresenta que as guerras, dependem muito
de uma construção cultural e imaginária, que permeiam o cotidiano do soldado,
verificando-se que o motivo que eleva sua capacidade combativa, ultrapassa a
necessidade pecuniária, e suas razões não podem ser comparadas a dos chefes de
Estado. Desta maneira o governo brasileiro por meio de seu controle dos meios
de comunicação fez difundir o ideário de invasão e necessidade de defender a
pátria agredida, discurso que se tornou uma política de risco, pois passou a
ser repetido por intelectuais que viam aí uma possibilidade de protestar e
criticar o próprio Estado Novo, como sugere Consuelo Novais Sampaio.
Desta maneira o regime ditatorial já contava com um número considerável
de opositores quando em vinte dois de agosto de 1942, o Estado Novo declarou
guerra à Alemanha e Itália. O Brasil estava envolvido em um complexo jogo de
interesses e a decisão oficial da entrada do Brasil na Guerra foi o afundamento
do navio cargueiro Baependi aos quinze dias do mês de agosto de 1942. Começava
então a saga de lavradores, comerciantes, confeiteiros, alfaiates… enfim jovens
rapazes que compuseram a Força Expedicionária do Brasil, na Segunda Guerra
Mundial.
[1]
Indivíduos que mostravam estar a par dos acontecimentos que abalavam a Europa.
Não eram a favor dos Aliados, nem tão pouco dos países do Eixo. Apoiavam a
neutralidade assumida pelo governo brasileiro.
[2] Condição
permanente de explorar as oportunidades criadas pela competição entre Alemanha
e os Estados Unidos da América.
[3] A
expressão originou-se na Guerra Civil Espanhola (1936), servindo para designar
os anti-republicanos que vivia em Madri, simpatizantes das quatro colunas
franqueadas que marchavam sobre a cidade. Em Ilhéus este termo designava simpatizantes
do Partido Integralista (extinto por Vargas) e que era no contexto da guerra os
“anti-republicanos” do Brasil.
[4] Posição
estratégica do litoral no Atlântico Sul, desde o Brasil Colônia (Mascarenhas de
Morais, 1984)
[5] Não
podemos afirmar fieis a Vargas, pois os militares seguiam uma lógica própria de
estruturação de sua instituição, que no momento estava sendo beneficiada com o
Estado Novo
[7]
Estado de Guerra: trata-se das articulações sócio-políticos e militar, visando
a mobilização de todos os setores da sociedade em apoio as manobras de guerra.
São ações psicológicas que visam nortear todos os seguimentos sociais em função
da guerra, visando a legitimidade às operações que for desencadeadas para
garantir a soberania da nação.
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